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CEFET-MG

“A tabela periódica”: literatura e ciência são temas de pesquisa

Quarta-feira, 22 de novembro de 2017
Última modificação: Quarta-feira, 22 de novembro de 2017

brenoA obra do escritor e químico italiano Primo Levi “A tabela periódica” foi escolhida para pesquisas desenvolvidas pela professora do Departamento de Linguagem e Tecnologia Claudia Maia e pelo graduado em Letras Breno Fonseca. Com o projeto intitulado “A tabela periódica: literatura e ciência em Primo Levi”, a finalidade é investigar a relação entre literatura e ciência no livro de Primo Levi a partir das discussões sobre o enciclopedismo, espaço do laboratório, conhecimento científico do autor e a multiplicidade da memória e da narrativa.

“A tabela Periódica” foi publicada em 1975 e está dividida em 21 capítulos que têm como títulos os nomes dos elementos da tabela periódica de Mendeleev. “Ao eleger esse sistema científico como modelo, Levi procura uma ordem que suceda ao caos das reminiscências do narrador, contudo, a narração se realiza em meio à precariedade. A ordem é sempre aberta, fragmentária em sua essência, diversa e provisória”, explica Cláudia.

Segundo a professora, diferentemente da aspiração que moveu muitos dos enciclopedistas, o narrador de Levi não pretende alcançar a totalidade. “O verbete e o modelo enciclopédico, tão explorados na obra, não fazem mais que confirmar o caráter lacunar e residual das memórias do narrador. O empreendimento de escrita se espelha na ordenação científica para criar a narrativa literária, restabelecendo uma via poética na ciência”, conclui.

A pesquisa recebeu o primeiro lugar nas áreas de Linguística, Letras e Artes; Ciências Humanas; Ciências Sociais e Aplicadas; Multidisciplinar na 13º Semana de Ciência e Tecnologia do CEFET-MG. O trabalho já foi premiado também em outros dois momentos. Em 2016, ganhou o Destaque Humanidades na modalidade “Materialidades e Representações” pelo pôster “Limiares da experiência: memória e testemunho em ‘A tabela periódica’, de Primo Levi”, pelo Conselho Internacional de Filosofia e Ciências Humanas da Unesco e pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).

No mesmo ano, foi premiado em 3º lugar na categoria Processo e Produto, na 26ª Mostra de Trabalhos Específicos (META – CEFET-MG), com o projeto de extensão “Coleção de átomos e memórias”. “A pesquisa se volta para uma obra que ainda não recebeu a atenção merecida da crítica, uma obra em que confluem os saberes literário, filosófico e científico do escritor. Sobrevivente do campo de concentração de Auschwitz, Levi afirma a incompreensibilidade diante do absurdo que foi Auschwitz, recobrando um passado marcado por perseguições, antissemitismo, intolerância racial e religiosa. Nesse sentido, a literatura de testemunho tem o papel de lembrar os horrores para que eles não se repitam, para que não sejam esquecidos”, destaca a professora Cláudia.

Breno Fonseca é voluntário no projeto e pretende avançar nos estudos e continuar investigando a relação entre ciência e literatura em Primo Levi e em outros escritores que relacionam os saberes literários e científicos.  “A premiação representou o reconhecimento de muito esforço. Após muita dedicação, leituras, conversas com minha orientadora, recebemos esse prestígio da nossa Instituição. Para o curso de Letras, agora que me formei, acredito deixar um pequeno legado para que nossas pesquisas continuem com intensidade e paixão, e que o CEFET-MG seja sempre reconhecido pelos seus pesquisadores e profissionais intrépidos e dedicados”, reflete.

 

Fonte: Secretaria de Comunicação Social / CEFET-MG de 08/11/2017